Minha amiga
trabalha em um brechó de um hospital, como voluntária.
Certo dia
adentrou na loja uma certa senhora bastante obesa, e de cara a minha amiga
pensou que não tinha nada na loja na numeração dela.
Sentiu-se apreensiva e
constrangida naquela situação, vendo a senhora percorrer as araras em busca de
algo que minha amiga sabia que ela não encontraria.
Ficou
angustiada, porque não queria que a senhora se sentisse mal pelo tamanho das
peças de roupas, se sentindo excluída e fazendo a questão sobre o seu sobrepeso
vir à tona de forma implícita.
Naquele
momento, minha amiga
orou a Deus e pediu que lhe desse sabedoria para conduzir a situação evitando
que a cliente se sentisse excluída ou humilhada na sua autoestima.
Foi quando o
esperado aconteceu.
A senhora se
dirigiu à minha amiga e disse tristinha:
“É.. não tem
nada grande, não é?
E a minha
amiga, sem até aquele momento saber o que diria, simplesmente abriu os braços
de uma ponta a outra e lhe respondeu:
“Quem
disse???
Claro que
tem!!
Olha só o
tamanho desse abraço!
E a abraçou
com muito carinho.
A senhora
então se entregou àquele abraço acolhedor e deixou-se tomar pelas lágrimas
exclamando:
“Há quanto
tempo que ninguém me dava um abraço.”
E chorando,
tal qual uma criança a procura de um colo, disse-lhe:
“Não
encontrei o que vim buscar, mas encontrei muito mais do que procurava".
E, naquele
momento, através dos braços calorosos de minha amiga, Deus afagou a alma
daquela criatura, tão carente de amor e de carinho.
Quantas
almas não se encontram também tão necessitadas de um simples abraço, de uma
palavra de carinho, de um gesto de amor.
Será que
dentro de nós, se procurarmos no nosso baú, lá nas prateleiras da nossa alma,
no estoque do nosso coração, também não acharemos algo “grande” que sirva para
alguém?
Pensemos
nisso queridos
Enviado por: Luzia Helena Manetti Dantas